quarta-feira, 23 de julho de 2008

Robert Plant e Alison Krauss: a bela e a fera

CD
Raising Sand (Universal)
2007


Robert Plant une forças à cantora de bluegrass Alison Krauss e acerta em cheio em 'Raising Sand' , disco de acento campestre

A bela Alison Krauss é uma cantora americana de bluegrass (gênero tradicional do sul dos EUA, espécie de “primo interiorano” do blues). Já Robert Plant... Bem, esse dispensa apresentações, não? E ocorre que, a despeito de toda a expectativa envolvendo a volta do Led Zeppelin, Plant une forças a Krauss para gravar Raising Sand (Universal), que apresenta um forte sotaque “caipira” (na melhor aplicação do termo).

(A atual empreitada de Robert Plant possui, nesse momento, uma leitura dúbia: se, por um lado, o retorno de sua antiga banda potencializa, indiretamente, a sua visibilidade enquanto artista solo, por outro lado Raising Sand tem um descompromisso absoluto com a sonoridade majoritariamente trovejante do Led - e também com qualquer som “moderninho” do mainstream.)

A idéia de um trabalho em dupla surgiu quando Plant e Krauss se conheceram em 2004, durante uma homenagem a Leadbelly, um dos pioneiros da música popular americana, no Rock'n'Roll Hall Of Fame. Na ocasião, chegaram a cogitar a possibilidade de gravar um disco-tributo ao autor de “Midnight Special” e “Goodnight Irene”. Somente três anos depois é que eles conseguiram uma brecha em suas respectivas agendas. E daí saiu um projeto mais diversificado.

Produzido por experiente T Bone Burnett (que já pilotou álbuns de Elvis Costello, Roy Orbison, Wallflowers, Counting Crows e outros), Raising Sand apresenta antigas faixas obscuras de country (“Let Your Loss Be Your Lesson”) e blues (“Fortune Teller”, gravada pelos Rolling Stones no álbum ao vivo Got Live If You Want It, de 1966), havendo espaço até para um discreto rockabilly (“Gone Gone Gone (Done Moved On)”, dos Everly Brothers). E o resultado é pra lá de positivo.

A primeira faixa, o blues “Rich Woman”, com suas guitarras muito bem gravadas, já causa uma ótima impressão. E é impossível ficar imune à delicadeza de “Killing the Blues” e “Through The Morning, Through The Night” (essa última é cantada solitariamente por Krauss, que dá um verdadeiro show).

Plant ainda deu-se ao luxo de gravar uma faixa coerente com o som étnico que caracteriza os seus álbuns solo: “Nothin'” não soaria deslocada em seus trabalhos recentes. Da mesma forma, um leve sabor celta é perceptível em “Sister Rosetta Goes Before Us” e em “Trampled Rose”, de Tom Waits. Da dupla Page & Plant, só foi incluída apenas uma canção: a boa “Please Read The Letter”, originalmente lançada em Walking Into Claksdale, álbum que a dupla gravou em 1998.

Alguns podem estranhar o registro vocal suave de Robert Plant em algumas faixas. Mas é importante lembrar que o Zeppelin não era só virulência: o grupo também era capaz de conceber - e de modo bastante convincente - canções delicadas como “The Rain Song” e “Going To California”.

Gravado entre Nashville e Los Angeles, Raising Sand, para um trabalho extracurricular, é um disco surpreendente. E que irá figurar em qualquer lista (decente) dos melhores discos de 2007. Fato.

Guilherme Arantes: passado e presente

Resenha publicada originalmente no jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, edição nº 139 (dezembro de 2007).


Músico edita, simultaneamente, 'Lótus' (álbum de inéditas) e 'Intimidade' (CD e DVD com sucessos gravados ao vivo)

Em um gesto ousado, Guilherme Arantes acaba de lançar dois trabalhos de uma só vez: o disco de inéditas Lótus (pelo seu selo Coaxo do Sapo, com distribuição pela Sigla) e Intimidade (Som Livre), também disponível em DVD, com seus sucessos gravados ao vivo em estúdio, em formato acústico.

Antes de qualquer coisa, é fundamental dimensionarmos a importância (sempre subestimada) de Arantes na música moderna brasileira: parcela significativa da consolidação da canção pop no Brasil passa pela musicalidade fluente do pianista paulistano. Guilherme jamais foi um roqueiro como seus contemporâneos (“Tenho mais ou menos a idade do Cazuza, mas jamais tive a verve, a acidez dele”, declarou, há alguns anos atrás) e, por essa razão, dedicou-se à criação de pepitas radiofônicas que acabaram construindo um nicho próprio.

Pouquíssima gente parou para pensar que muito da existência artística de nomes como Kid Abelha e Lulu Santos se deve a Guilherme Arantes. Lulu, aliás, em suas apresentações ao vivo, cita “Deixa Chover” ao final de sua “Tudo Com Você” há pelo menos dez anos.


CD
Lótus (Coaxo do Sapo)
2007


Lótus é o primeiro disco de inéditas de Arantes desde Aprendiz, de 2003. Trata-se de um álbum de canções suaves, como “Blue Moon pra Sempre”, “Carta de Gratidão” e “Por Todo Canto”. Traz duas parcerias com Nelson Motta (as bossas “Vaivem (Amor de Carnaval)” e “Verão de 59”), uma com Max Viana (“Disque Sim!”), uma faixa instrumental (“North Shore”) e até um pseudo-rap com uma boa narrativa anti-racismo (“Tributo”).

Salvador, Primavera e Outono” é uma homenagem à capital baiana, na qual o músico mora há sete anos. O habitual pop fluente de Guilherme até aparece em “Um Grão de Areia”, que abre os trabalhos. O restante do álbum, no entanto - mesmo não sendo ruim -, não chega exatamente a empolgar. De qualquer forma, é mais interessante do que muita coisa que se ouve por aí.


CD/DVD
Intimidade (Som Livre)
2007


'Intimidade' traz vários clássicos do compositor

Guilherme Arantes foi um autor gravado por boa parte da MPB: de Leila Pinheiro (“Coisas do Brasil”) a Zé Ramalho (“Planeta Água”), passando por Emílio Santiago (“Pedacinhos”) e Sandra de Sá (“Férias de Verão”), além de gigantes como Elis Regina (“Aprendendo a Jogar” e “Só Deus é quem Sabe“), Maria Bethânia (“Brincar de Viver”), Caetano Veloso (“Amanhã”) e até Roberto Carlos (“Toda Vã Filosofia”).

Muitas dessas pérolas - e outras como “Lance Legal”, a pop “Cheia de Charme”, “Um Dia, Um Adeus”, a infalível “O Melhor Vai Começar”, “Cuide-se Bem” e “Meu Mundo e Nada Mais” - estão presentes, em delicadas versões, em Intimidade. A grande ausência do repertório é a irresistível “Loucas Horas”, perfect pop na acepção do termo. Mas, de qualquer forma, para quem se esqueceu desse grande artífice, essa é uma ótima chance de relembrar. E, para as novas gerações que não conhecem bem o seu trabalho, é a oportunidade de ouvir canções pop brasileiras honestas e bem-feitas.

É bem provável que Intimidade, com tantos clássicos reunidos, venha a ofuscar as inéditas de Lótus. Mas é evidente que Guilherme sabia que estava correndo esse risco. E merece congratulações pela audácia.

Os Ciclos Imaginários de Sérgio Benchimol


CD
Ciclos Imaginários (independente)
2007

Resenha publicada originalmente no TOM NETO.COM.



Em seu segundo álbum solo, músico reafirma sua opção pelo instrumental

O músico, compositor (e surfista nas horas vagas) Sérgio Benchimol acaba de editar Ciclos Imaginários, que conta com a participação de músicos experientes como Lui Coimbra e Eduardo Morenlenbaum, entre outros. Ciclos surge três anos após a sua primeira empreitada solo, A Drop In The Ocean, Ocean In A Drop, que recebeu críticas positivas na ocasião de seu lançamento.

Fundador da banda de rock progressivo Semente - que, além de um álbum de estúdio, editou também uma dobradinha CD/DVD gravados ao vivo no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro -, Benchimol fundou também o grupo instrumental True Illusion, que chegou a lançar dois álbuns (sendo um ao vivo) e um DVD ainda inédito. O True Illusion, aliás, foi considerado a revelação do ano de 2000 no segmento instrumental.

E Ciclos Imaginários é um trabalho autoral que tem tudo para prosseguir a pavimentação da trajetória de Sérgio, que toca violão em todas as faixas. Majoriariamente instrumental - apenas duas canções, “Depois da Praia” e “Daqui Pr'ali” têm letra -, o álbum é um híbrido de música brasileira e jazz, com oportunas pitadas de progressivo. Destaque para “Oregon Mountains”, “Terral II” e os metais em brasa de “Shadow Valley”.

Gravado no Rio de Janeiro e muito bem-produzido pelo próprio Benchimol com a colaboração de David Ganc, o álbum oferece momentos de deleite para quem aprecia a boa música. E merece ser ouvido.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Cidade Negra: 'Diversão'? Sei...

CD/DVD
Diversão (EMI)
2007


Resenha publicada originalmente no jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, edição nº 139 (dezembro de 2007).


Cidade Negra grava o segundo álbum ao vivo seguido - dessa vez, vertendo para o reggae sucessos da MPB e do pop nacional

Vindo de um álbum ao vivo (Direto, o último do contrato da banda com a gravadora Sony BMG), o Cidade Negra acaba de editar - vejam só - um outro ao vivo que poderia receber inúmeros títulos mais condizentes com a proposta. Contudo, o grupo parece imaginar que o público é ingênuo e, sendo assim, o CD novo - disponível também em DVD - tem o simpático título de Diversão (EMI).

Gravado no Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói (RJ), e produzido pelo experiente Nilo Romero, o disco apresenta clássicos da MPB e do pop nacional como “Clube da Esquina II” (Milton Nascimento e Lô Borges), “O Tempo Não Pára” (Arnaldo Brandão e Cazuza), “A Lua e Eu” e “Eu Amo Você” (ambas do grande Genival Cassiano), além de “A Palo Seco” (Belchior), entre outros, todos vertidos para o cha-cum-dum habitual do grupo.

Em “Muito Romântico”, composição de Caetano Veloso gravada de modo magistral por Roberto Carlos em 1977 (e, no ano seguinte, pelo próprio Caetano, no álbum Muito), Toni Garrido canta: “Eu não consigo entender sua lógica.” Bem, ele pode até não entender a lógica de alguém. No entanto, a lógica de Diversão não é assim tão difícil de entender: reler canções que estão impressas no inconsciente popular seria, em tese (reparem: em tese), o melhor atalho para voltar às paradas de sucesso.

O problema é que, às vezes, o tiro sai pela culatra.


Todas as versões perdem para os originais

Parece incrível mas, dentre todas as faixas de Diversão, não existe UMA releitura sequer que seja justificável. Rigorosamente todos os originais superam as versões do Cidade Negra - embora algumas, a bem da verdade, nem sejam tão ruins assim. E isso faz com que até mesmo a aprovação dos próprios fãs da banda seja uma incógnita. Enfim, além de tratar-se de uma empreitada de caráter questionável, a qualidade do produto em si... também é discutível.

A primeira faixa de trabalho é a versão apenas razoável de “Meu Coração”, que nada acrescenta à música de Pepeu Gomes - autor também presente no álbum em “O Mal É o que Sai da Boca do Homem”. E pensar que, há alguns anos atrás, o Cidade fez uma releitura até interessante de “Eu Também Quero Beijar”...

Mas o grupo tem pelo menos uma “façanha” para se orgulhar: é provável que nenhum outro artista tenha cometido tamanha atrocidade a uma canção de Chico Buarque. Os versos finais de “Minha História (Gesùbambino)”, versão de Chico para o original do italiano Lucio Dalla, foram alterados - de modo, no mínimo, dantesco - de “os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz / me conhecem só pelo meu nome de Menino Jesus” para “os reggueiros (sic) e loucos poetas de fumaça e de cruz/ me conhecem só pelo meu nome: Cidade Negra a a a a a a a”.

Seria cômico se não fosse constrangedor. Imaginem a cara do Chico Buarque ouvindo isso - acho que nem o Carlinhos Brown faria uma sacanagem dessas com o sogro. E ainda há quem diga que “uma erva natural não pode te prejudicar”. (Vale lembrar que até Zezé di Camargo & Luciano tiveram mais respeito por essa mesma canção - gravada pela dupla no ano passado. Tanto que o próprio Chico aceitou participar da faixa.)

O Cidade Negra possui bons instrumentistas e, na sua praia, já fez coisas interessantes, como “Onde Você Mora”, “Pensamento”, “A Estrada” e “Firmamento” (versão de “Wrong Girl To Play With”, do Yellowman). Atualmente, no entanto, está absolutamente perdido e precisa se encontrar urgentemente.

Não será, entretanto, gravando sucessos dos outros - e justamente após um disco ao vivo - que a banda retomará o seu caminho.

Jay Vaquer: cumprindo a promessa


CD Formidável Mundo Cão (EMI)
2007

Resenha publicada originalmente no jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, edição nº 139 (dezembro de 2007).



Em seu quarto álbum, 'Formidável Mundo Cão', Jay Vaquer mantém o (bom) nível do disco anterior

Belas faixas como “O Tal do Amor” e “A Falta que a Falta Faz”, de Você Não me Conhece (2005), o terceiro álbum de Jay Vaquer, não eram meras obras do acaso: o quarto trabalho do cantor, Formidável Mundo Cão (EMI) mantém o bom nível do disco anterior.

Filho da cantora Jane Duboc com o guitarrista americano Jay Vaquer, que tocou com Raul Seixas - qualquer hora, essas apresentações tornar-se-ão dispensáveis - o jovem Jay participou do musical Cazas de Cazuza e, tantos nas rádios quanto na MTV, obteve boa execução da cortante “Cotidiano de um Casal Feliz”, faixa do já mencionado Você Não me Conhece.

Não bastasse ser dono de uma boa voz e produzir um pop rock com grande poder de captura, Jay escreve as letras mais interessantes surgidas no cenário em muito tempo. E esses fatores - a execução vocal, a fluência das canções e, claro, a narrativa - asseguram a singularidade do artista.

Primeiro single de trabalho, o rock “Longe Aqui”, conta a estória de uma menina depressiva que “sempre que se chateada, cortava os braços com gilete, para chamar a atenção. / Tinha carência afetiva - achava que seus pais gostavam mais do irmão” e que lidava pessimamente com as expectativas alheias em relação ao seu próprio futuro (“tinha que engravidar, criar, envelhecer morrer - como todos esperavam”). E tudo isso a levou a ter... hum, maus pensamentos: “Um dia, olhou pela janela e imaginou como seria o seu vôo até o chão. / Mas quando pensou na sujeira que ela causaria, / desistiu, foi ver televisão.” E o refrão relata o desfecho triste: “ela partiu para bem longe / pra distante, o bastante para suportar./ (...) Ela partiu... ao meio

Se até agora você não ouviu “Longe Aqui”, ouvirá a qualquer momento: a música está no topo de quase todas as rádios do Rio de Janeiro - ainda que em uma versão light, disponível para download gratuito no site oficial de Jay Vaquer. (Só não caia na bobagem de, equivocadamente, se referir à canção como “Longe Daqui” (sic), para não despertar a ira do cantor em seu blog Fuzarca. Observe que a letra diz: “tão distante, parada no mesmo lugar.”)

A cruel (e hilária) “Estrela de um Céu Nublado” tem a participação de Meg Stock, vocalista do Luxúria. Destaque também para as sentidas “Preciso Poder” (“Preciso poder explodir nosso big bang / sempre que for necessário um novo começo / ou até mesmo pelo prazer da novidade”) e “Fomos” (“O que fomos não será definido por palavras fáceis que alguém dirá. / Não estará nos calendários, dicionários, / nem nas buscas do Google”). “Nera” tem intrincada melodia com ares MPBísticos. E “Por um Pouco de Paz (Crime do Desassossego)” também possui bom potencial radiofônico.

Para aqueles que estranharem a eventual acidez das letras de Vaquer - como a da caótica faixa-título, por exemplo -, fica o recadinho: essa é a realidade, criançada...

Clapton, Zeppelin e Dylan: lições de paleontologia

Resenha publicada originalmente no jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, edição nº 139 (dezembro de 2007).


Com a proximidade do Natal, chegam ao mercado coletâneas dos dinossauros Eric Clapton, Led Zeppelin e Bob Dylan

O Natal está chegando e as gravadoras - cada vez mais atordoadas diante da verdadeira orgia que se tornou o download ilegal de mp3 - escolhem o caminho mais óbvio para tentar assegurar o panetone: os discos com “grandes sucessos”.

Com isso, chegam ao mercado compilações de uma tríade de dinossauros: Eric Clapton (Complete Clapton, Universal), Led Zeppelin (Mothership, Warner) e Bob Dylan (Dylan, Sony BMG). Via de regra, coletâneas foram feitas somente para aqueles que são verdadeiros neófitos na obra de um determinado artista. Mas também existem exceções.


'Complete Clapton' se mostra uma compilação... ahn, completa
CD
Complete Clapton (Universal)
2007


Para acompanhar o lançamento de seu livro de memórias, Eric Clapton: Uma Autobiografia, o Deus da Guitarra edita Complete Clapton, um best of que, para fazer jus ao título, é realmente... ahn, completo - pelo menos do ponto de vista cronológico da coisa.

O álbum duplo apresenta faixas do Cream (“Badge”, “White Room”, “Crossroads”, “Sunshine Of Your Love”), do Derek and the Dominoes (a bela “Bell Bottom Blues” e o clássico “Layla”), da carreira solo (“I Can't Stand It”, “Wonderful Tonight”, “After Midnight” e as covers de “Knockin' On Heaven's Door” e “I Shot The Sheriff”), até o bem-sucedido período pop (a multi-grammyadaChange The World”, “Tears in Heaven”, “Bad Love”, “My Father's Eyes”), fechando a tampa com “Ride The River”, do mais recente trabalho de Clapton, The Road To Escondido (2006), gravado em parceria com J.J. Cale, autor de “Cocaine”.


A 'nave-mãe' do Zeppelin está prestes a zarpar novamente

CD
Mothership (Warner)
2007


A questão é simples: além da questão natalina, Mothership foi lançada na esteira do retorno do Led Zeppelin - a data de fechamento dessa edição é anterior a 10 de dezembro, data marcada para o primeiro show do Zeppelin, na arena 02, em Londres. A apresentação presta uma homenagem a Ahmet Ertegun, com renda revertida para a instituição que leva o nome do falecido fundador da Atlantic Records - que concede bolsas de estudo para jovens de famílias pobres.

E Mothership, para quem ainda não está bem inteirado no trabalho de um dos maiores gigantes do rock, é muito bem-vinda. Compre ontem. Mas, se você possui a compilação dupla Remasters (cujo repertório é bem parecido com o dessa) ou a sua versão quádrupla, pode esquecer a recém-lançada.

Verdadeiramente interessante é a edição especial que traz um DVD bônus com performances ao vivo da banda entre 1969 e 1979 - ainda que, na verdade, esse audiovisual seja a versão resumida do ótimo DVD duplo Led Zeppelin, de 2003.



'Dylan' retrata bem o grande bardo americano


CD
Dylan (Sony BMG)
2007


Dessas três compilações, no entanto, a mais recomendável é Dylan, do ilustre senhor Robert Zimmerman. A edição nacional da coletânea do grande bardo americano traz 18 faixas bem escolhidas, como “Blowin' In The Wind”, “Like a Rolling Stone”, “All Along The Watchtower” e “Lay Lady Lay”.

Existe, contudo, uma versão importada, tripla, que inclui um libreto de 40 páginas e nada menos que 51 (!) canções, como “It's All Over Now, Baby Blue”, “Jokerman”, “I Shall Be Released”, e muitas outras. Um belíssimo documento de Bob Dylan.

Enfim, agora você já tem mais opções para se presentear nesse Natal, não?